LD#62 | As placas tectônicas do digital estão se movendo

Você deve ter sentido. Não foi um tremor leve. Foi uma movimentação profunda — quase sísmica — no ecossistema digital. O tipo de mudança que, quando passa, deixa para trás um novo relevo de oportunidades e ameaças.

Redes sociais virando mecanismos de busca. Plataformas de vídeo exigindo esforço humano para monetizar. Buscadores tradicionais se transformando em motores generativos. E, por trás de tudo isso, a inteligência artificial moldando o presente — não mais o futuro.

Eu sou grande admirador da visão do Peter Drucker. Acredito que uma frase dele deveria estar em nossa lembrança:

“A melhor forma de prever o futuro é criá-lo.” 

Nesta edição da Loja Digital, vamos juntos entender o que está acontecendo.

Instagram agora aparece no Google (e isso muda tudo)

O Google começou a indexar conteúdos públicos do Instagram. Isso significa que Reels, bios e legendas estrategicamente escritas podem aparecer nos resultados de busca — como se fossem artigos otimizados.

Na prática, o Instagram passa a ser uma ferramenta de SEO. Ou melhor, de GEO — Generative Engine Optimization. Conteúdos bem escritos, com palavras-chave e propósito, agora têm vida útil mais longa e podem atrair cliques orgânicos fora da bolha da rede.

Se quiser entender melhor essa mudança, recomendamos a leitura da Loja Digital #52 | De onde vem e para onde vão suas vendas.

YouTube fecha o cerco contra conteúdo de IA em massa

Enquanto o Google e o Instagram se abraçam, o YouTube resolveu traçar limites.

A partir da próxima semana, apenas vídeos com intervenção humana real poderão entrar no Programa de Parcerias da plataforma. Isso significa que compilações com musiquinha de fundo, vídeos gerados por IA sem contexto ou narrativas robóticas vão parar de ganhar dinheiro.

• Canais que usam conteúdo repetitivo para caçar visualizações;
• Remixes automatizados com alterações mínimas;
• Qualquer conteúdo gerado 100% por IA, sem edição ou comentário humanos.

A decisão é clara: o YouTube quer premiar criatividade, não automação barata.

Quer aprofundar esse raciocínio? Leia a Loja Digital #51 | ShoppingGPT: a nova e boa ideia do ChatGPT.

O Google virou uma empresa de IA (de verdade)

O Google investiu US$ 2,4 bilhões para licenciar a tecnologia da startup Windsurf e absorver seus talentos para a DeepMind. O objetivo? Dominar a próxima geração de mecanismos de descoberta.

Essa movimentação conecta diretamente com a transição do SEO tradicional para o GEO — termo que explicamos na Loja Digital #59. Você pode ler e entender a transição do SEO tradicional para o novo GEO.

O que isso significa para sua loja virtual?

Talvez você esteja se perguntando o motivo de juntar essas notícias, que, aparentemente, não possuem relação direta com e-commerce.

Indo bem direto ao ponto: eu diria que essas notícias indicam alguns pontos de atenção para quem é dono de uma loja virtual ou trabalha profissionalmente com e-commerce. Vou resumir em três pontos principais:

1. GEO é mais do que um novo SEO
   Seu conteúdo precisa ser compreendido e citado por IAs. Isso exige dados estruturados, reputação e presença multiplataforma. Leia mais sobre GEO.
2. Só a IA não basta — você ainda precisa ser humano
   Plataformas estão premiando criatividade com propósito. IA sem curadoria não constrói marca. O YouTube está te avisando.
3. Você precisa de canais próprios
   Apostar apenas em plataformas que você não controla é arriscado. Sua loja virtual e seu blog são sua âncora estratégica. Se você ainda não entendeu isso, sugiro ler a última news do Peçanha.

AVISO FINAL:

• A Loja Digital é publicada toda sexta-feira às 7:07. Para acessar todas as edições anteriores, visite o Substack.
• Na Bertholdo, ajudamos lojistas a aplicar GEO, integrar IA e criar uma estrutura digital preparada para o futuro. Tudo com WooCommerce, suporte técnico e mentoria contínua.
• Na próxima edição: vamos revisar como uma marca própria e forte pode mudar o jogo.

Grande abraço e muitas vendas!

Flávio Augusto Bertholdo