Quando você mesmo atrapalha o crescimento do seu e-commerce

O crescimento do seu e-commerce começa dentro da sua cabeça. E, às vezes, é aí que ele também morre.

“A direção que você está indo importa mais do que o quão rápido você se move, especialmente com alavancagem.”
— Naval Ravikant

Eu resolvi dedicar essa edição ao Naval Ravikant, pois gosto muito da sua visão sobre a vida e o empreendedorismo.

Naval é investidor do Vale do Silício, fundador da AngelList e uma das mentes mais respeitadas no que diz respeito a liberdade financeira, produtividade e filosofia de vida. Seu livro, o Almanaque de Naval Ravikant (PDF gratuito), é leitura essencial para quem busca riqueza — no sentido mais amplo do termo.

Inspirado por suas ideias, dedico esta edição à reflexão sobre um dos maiores bloqueios enfrentados por donos de e-commerce: a mentalidade que impede o crescimento mesmo quando os resultados mostram o contrário.

1. A síndrome do pequeno empreendedor

Existe um comportamento silencioso que se esconde atrás de frases como:

• “Prefiro eu mesmo fazer, fica mais rápido.”
• “Ainda não é hora de contratar.”
• “Não sei se vale a pena investir agora, vai que não funciona.”

Esse comportamento é o que chamo de síndrome do pequeno empreendedor — uma combinação de crenças limitantes, medo de escalar e resistência a sair da zona de conforto. É como se o lojista dissesse: “quero crescer, mas não quero mudar nada para isso acontecer”.

O problema não está nos recursos disponíveis, mas no modelo mental. Ser pequeno não é uma limitação. Muitas vezes, é uma escolha — inconsciente, mas uma escolha.

“O maior superpoder é a habilidade de mudar a si mesmo.”
— Naval Ravikant

Como já falamos na edição #25, assumir a responsabilidade por onde estamos é o primeiro passo para avançar.

2. O autoemprego fantasiado de empresa

Muitos e-commerces são, na prática, autoempregos disfarçados.

O dono faz tudo: compra, cadastro, anúncio, postagem, atendimento, financeiro. Não delega, não automatiza, não forma equipe. E o resultado? Uma operação limitada à própria energia e disponibilidade.

Não é sustentável. E o mais trágico: não é escalável.

Ser empreendedor não é apenas ser produtivo. É ser estratégico. É ter a coragem de confiar em processos, pessoas e sistemas que libertam seu tempo para aquilo que realmente faz a diferença: pensar, vender, evoluir.

Esse tema também foi destaque na edição #50, onde discutimos o medo de escalar e a armadilha de manter tudo sob controle absoluto.

“Aprenda a vender. Aprenda a construir. Se você puder fazer os dois, será imparável.”
— Naval Ravikant

3. A armadilha do “crescer com controle total”

É comum ouvir: “Quero crescer, mas com controle total.”

Esse desejo é legítimo — mas é também a receita da estagnação.

Quem cresce de verdade aprende a confiar. Em parceiros, em sistemas, em equipe. Aprende que não se escala fazendo tudo com as próprias mãos. Escalar é sistematizar. É documentar. É ensinar. É liderar.

Se você está com medo de perder o controle, lembre-se: manter o controle de tudo também é uma forma de perder. Você perde o tempo, perde a energia, perde as oportunidades.

Na história da FARM, por exemplo, o crescimento só aconteceu quando a marca descentralizou as vendas, integrando afiliados e vendedores físicos ao e-commerce.

É o tipo de movimento que só acontece quando o empreendedor confia — na equipe, nos dados, no processo.

4. Você está criando alavancas — ou amarras?

Naval fala muito sobre alavancagem. Em outras palavras, sobre fazer mais com menos. No digital, isso significa:

• Automatizar onde for possível.
• Delegar o que não exige sua mente estratégica.
• Investir em processos que multiplicam seu esforço, em vez de duplicá-lo.

Pergunta direta: qual foi sua última grande alavanca?

Se a resposta não veio de imediato, talvez você esteja mais ocupado do que produtivo.

Se quiser começar agora, uma dica: explore como transformar vendedores físicos em afiliados digitais, como mostramos neste artigo do blog da Bertholdo. É um passo concreto para multiplicar sem sobrecarregar.

AVISO FINAL

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Grande abraço e muitas vendas!

Flávio Augusto Bertholdo