Nos últimos meses, temos acompanhado uma série de discussões intensas sobre o futuro do SEO. A chegada de sistemas de IA generativa como o ChatGPT, Perplexity e as respostas instantâneas do Google estão mudando o papel dos buscadores. E com isso, também muda a forma como marcas e profissionais devem se posicionar.
A velha otimização para palavras-chave começa a perder espaço. E cada vez mais surge um novo termo: GEO (Generative Engine Optimization).
Quem acompanha o mercado sabe da importância do Vitor Peçanha, fundador da Rock Content, uma das empresas pioneiras em marketing de conteúdo no Brasil. Em sua newsletter Peça-Chave #73, Peçanha argumenta que o SEO não morreu. Eu concordo com diversos pontos da sua análise. Mas tenho uma visão diferente, principalmente ao observar a velocidade e a profundidade das mudanças provocadas pela IA.
Nesta edição da Loja Digital, quero aprofundar essa discussão, apresentando três visões complementares: a do Peçanha, a da Bia Granja e a minha. Essa conversa se conecta diretamente com temas que já abordamos em edições anteriores, como em A morte do SaaS e A revolução do estoque sob demanda com IA.
O SEO ainda está vivo? A visão do Vitor Peçanha
Em seu texto provocativo, Peçanha ironiza os que anunciam a “morte do SEO”. Segundo ele, a cada nova mudança no algoritmo, surgem gurus dizendo que é o fim da otimização para mecanismos de busca. Mas o que se repete é que o SEO continua vivo, apenas com novas adaptações.
SEO é sobre entender o que as pessoas estão buscando na Internet, entregar isso para elas da melhor maneira possível e, por consequência, receber tráfego e visibilidade em troca.
O artigo defende que, mesmo com a IA generativa, o Google ainda é uma das maiores fontes de tráfego da internet. E que abandonar o SEO tradicional seria um erro. Para ele, o que muda é o tipo de conteúdo que produzimos: mais profundo, mais relevante e direcionado para temas que não podem ser respondidos por uma IA com um simples parágrafo.
Gente que inventa nomes novos para pequenas variações do que já existe geralmente quer ganhar curtidas ou vender algo.
Apesar de provocador, Peçanha acerta em muitos pontos. De fato, muito do que hoje é chamado de GEO ainda está ancorado em práticas antigas: autoridade, consistência, boa distribuição e conteúdo de qualidade. Mas talvez ele subestime a profundidade da mudança.
A visão da Bia Granja e o colapso do conteúdo superficial
Enquanto Peçanha olha para a estrutura, Bia Granja olha para a cultura.
Fundadora da YouPix e uma das vozes mais atentas à transformação digital no Brasil, Bia é hoje uma referência na creator economy. Em seu perfil no Instagram e na newsletter POV Creator Economy, ela tem apontado com precisão as mudanças trazidas pela IA.
AI está levando a uma explosão no volume de conteúdo sendo criado. Enquanto a quantidade aumenta, a atenção da audiência diminui. A galera começou a valorizar de novo o que tem intenção, pausa, narrativa.
O que ela propõe é uma virada: sair da lógica do conteúdo de massa e voltar à criação com significado. Isso afeta diretamente como pensamos SEO, que tradicionalmente era orientado por volume, palavras-chave e busca por ranking.
As pessoas tão cansadas de ser distraídas. Elas querem ser tocadas.
Essa visão se aproxima muito mais da prática que chamamos hoje de GEO do que do SEO tradicional. Nela, otimizar não significa apenas ranquear, mas ser citado por inteligências artificiais, ser lembrado em contextos, ser percebido como relevante por humanos e máquinas. Como explicamos na edição De onde vem e para onde vão suas vendas, é a estratégia de presença que define o sucesso.
Minha visão: SEO morreu, GEO é o futuro
Tenho grande admiração pelo Vitor Peçanha. A Bertholdo foi uma das primeiras clientes da Rock Content, e acompanhei desde o início o trabalho deles. Concordo com grande parte daquilo ele diz sobre SEO em 2025. Mas como consultor, empreendedor e cientista da computação, vejo com muita clareza que as bases do SEO como prática autossuficiente estão ruindo. E digo isso com grande pesar pois sempre fui entusiasta e defensor do SEO, desde minha tese de mestrado sobre Recuperação da Informação e Processamento Digital de Imagens.
Hoje, as buscas acontecem fora do Google. O consumidor inicia sua jornada no TikTok, no ChatGPT, nos marketplaces e em outras interfaces. Sites não são mais o destino. As respostas estão em todo lugar.
Neste novo contexto, precisamos mudar a forma de atuar. Precisamos:
- Ser reconhecidos como entidades confiáveis pelas IAs;
- Produzir conteúdo em múltiplos formatos e canais;
- Estar presentes em comunidades, reviews, social e referências cruzadas.
É por isso que acredito na necessidade de um novo nome: GEO. O termo ajuda a organizar uma nova abordagem. Ele não é apenas buzz. Ele é uma ferramenta estratégica para atualizar times, treinar agências, reposicionar marcas e construir visibilidade num ambiente radicalmente diferente.
Para ilustrar essa diferença, veja a tabela a seguir:
SEO | GEO |
---|---|
Foco em palavras-chave | Foco em entidades e contexto |
Busca por ranking no Google | Presença em IAs, plataformas e redes |
Conteúdo para cliques | Conteúdo para citações e compreensão por IA |
Backlinks como voto de confiança | Sinais distribuídos (reviews, social, menções, imprensa) |
SERP como destino | Jornada distribuída em múltiplos ambientes |
Se você quer entender mais sobre como aplicar GEO, conheça as soluções da Bertholdo para otimização em IA.
AVISO FINAL
- Quer saber como adaptar sua estratégia de marketing para a era da IA? Converse com nossos consultores e descubra como o GEO pode transformar sua presença digital.
- Navegue pelas edições anteriores da Loja Digital ou visite o Blog da Bertholdo para aprofundar seus conhecimentos sobre e-commerce, IA e estratégia digital.
- Toda sexta-feira, pontualmente às 7:07, uma nova edição da Loja Digital é publicada no Blog da Bertholdo.
Grande abraço e muito tráfego com GEO,
Flávio Augusto Bertholdo